Polícia Civil e MPRJ desmantelam organização criminosa na Uruguaiana
Por Marcelo Cunha

Rio de Janeiro, 22 de maio de 2025 – A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Mercado Seguro, visando desarticular uma organização criminosa que extorquia comerciantes no Mercado Popular da Uruguaiana, no Centro do Rio. A ação resultou na prisão de oito suspeitos acusados de cobrar taxas ilegais, ameaçar trabalhadores com armas de fogo e cortar o fornecimento de energia elétrica dos boxes como forma de pressão.
A operação, coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), foi iniciada após denúncias de comerciantes que relataram cobranças abusivas, que variavam de R$ 20 mil a R$ 80 mil por box, sob ameaça de violência. Segundo as investigações, a quadrilha movimentou cerca de R$ 7 milhões desde 2019, utilizando táticas como intimidação armada e interrupção de serviços essenciais para coagir os lojistas. Os suspeitos também são acusados de lavagem de dinheiro, utilizando contas bancárias de laranjas para ocultar os lucros ilícitos.
Durante a ação, os agentes cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão, expedidos pela Justiça. Foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e materiais que comprovam a atuação do grupo, incluindo planilhas de controle das extorsões. A Draco informou que a organização criminosa operava de forma estruturada, com divisão de tarefas entre os membros, que incluíam líderes, cobradores e seguranças armados.
O delegado titular da Draco, Brenno Carnevale, destacou a importância da operação para restabelecer a ordem no Mercado Popular. “Esses criminosos transformaram um espaço de comércio tradicional em um ambiente de medo e opressão. Nosso objetivo é garantir a segurança dos comerciantes e coibir práticas que prejudicam a economia local”, afirmou. O MPRJ complementou que a ação é parte de um esforço contínuo para combater o crime organizado no Rio de Janeiro, com foco em grupos que exploram trabalhadores e pequenos empresários.
Comerciantes da Uruguaiana relataram alívio com a operação, mas muitos preferiram não se identificar por medo de represálias. “Era impossível trabalhar sem pagar. Eles ameaçavam destruir nossas mercadorias e até nossas famílias”, disse um lojista que atua no mercado há mais de dez anos. A operação também trouxe à tona a necessidade de maior fiscalização no comércio informal, que, segundo a Polícia Civil, pode ser vulnerável a redes criminosas.
As investigações seguem em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e vítimas da quadrilha. Os presos foram encaminhados ao sistema penitenciário, onde permanecerão à disposição da Justiça. A Gazzeta RJ continuará acompanhando os desdobramentos da Operação Mercado Seguro e seus impactos no comércio popular do Rio de Janeiro.
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